Livro Ismael

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“Ismael” foi distinguido em 1992 com o Turner Fellowship Award, destinado a premiar obras de ficção “oferecendo soluções criativas e positivas para problemas globais”. Só superficialmente, porém, esta caracterização faz jus ao primeiro romance de Daniel Quinn – a ambição desmesurada que tem “ismael” é dar-nos uma nova mitologia para um novo milénio.

“Toda a minha vida sempre fui um leitor voraz. A partir de agora, dividirei os livros que li em duas categorias – os que li antes de “Ismael” e os que li depois. Admito que este livro possa ser de facto uma obra teológica, um novo tomo da Bíblia talvez (…) O autor é decerto um iluminado, quem sabe um santo”. – Jim Britell, “Whole Earth Review”

“Este livro é um alerta. Indispensável a todos os que pensam e ainda sentem. Revolucionário. Não tenho palavras para descrever o que senti enquanto lia e quando terminei. Não sei se queria rir ou chorar… adorava ter um professor como Ismael. Ismael continua vivo e viverá mais ainda se este livro despertar as mentes e os corações adormecidos.” Mundo Místico, Porto

“O Mundo, segundo a ideia que nós, seres humanos temos dele, veio a ser o que é, devido a inúmeras transformações, sendo nós a mais perfeita e capacitada espécie para o dominar. O pior é que Ismael, o gorila que é a personagem central do romance homónimo, vai-nos demonstrando que ou nós paramos de tratar o mundo como nossa propriedade privada, ou muito rapidamente vamos ficar sem ele. Curiosa é também a abordagem que é feita à Bíblia, particularmente ao ‘Livro do Génesis’. Assim, o fratricídio de Caim mais não seria do que uma metáfora do que as sociedades de cultura agrícola e sedentária fizeram às sociedades de cultura pastoril e semi-nómada. Ismael põe-nos perante uma enorme diversidade de problemas que nos levam a pensar se os ensinamentos da nossa ‘Mãe Cultura’ serão realmente os melhores. Escrito com base em dados arqueológicos e antropológicos, esta é uma obra de ficção que, de certeza, tal como ‘A Origem das Espécies’ de Darwin, irá ser banida do estado do Kansas”. R.P., Mondo Bizarre, Novembro 1999

“Fiz questão de ler Ismael depois de assistir ao filme Instinto, inspirado no livro. O filme foi muito marcante, excelente e o livro acabou sendo também. É uma nova visão de ver mundo e o ser humano, numa tentativa de fazer com que o homem reconheça sua prepotência, sua arrogância, sua crueldade perante as demais espécies por julgá-las irracionais. É uma belíssima obra, costurada com novos preceitos e diria até conceitos futurísticos sobre a humanidade. Torço para que, num futuro breve, o homem reconheça o mal que faz às demais criaturas e deixe de se achar especial, melhor, superior. Ismael é envolvente. É visionário. É imperdível e deveria ser obrigatório nas escolas porque levaria à reflexão sobre o que somos e o que fazemos.” Fátima Chuecco, jornalista (São Paulo, Brasil), 10/12/02

EXCERTOS

“Com base na minha história, que matéria dirias estar eu mais qualificado para ensinar? Pestanejei e disse-lhe que não sabia. Sabes, é claro. A matéria que ensino é: cativeiro. Cativeiro. Exacto. Fiquei calado por um minuto, dizendo então: Estou a tentar imaginar o que tem isto a ver com salvar o mundo.

(…)

Ismael sorriu. Não me deste crédito quando eu te avisei que esta história era ubíqua na tua cultura. Agora entendes o que eu quero dizer. A mitologia da tua cultura é um murmúrio tão constante que ninguém lhe presta a menor atenção. É claro que o homem está a conquistar o espaço, o átomo, os desertos, os oceanos e os elementos. Segundo a vossa mitologia, foi para isso que ele nasceu.

(…)

Bem dito, sim. A lei que estamos aqui a procurar assemelha-se-lhe no respeitante a civilizações. Não trata de civilizações, mas aplica-se às civilizações assim como se aplica a bandos de pássaros e manadas de veados. Não faz qualquer distinção entre civilizações humanas e colmeias de abelhas. Aplica-se a todas as espécies, sem distinção. Este é um motivo pelo qual a lei permanece por descobrir na tua cultura.

(…)

Até à chegada de Darwin e dos paleontólogos, que enxertaram na história três milhões de anos de vida humana, supunha-se que o nascimento do homem e o da vossa cultura tivessem sido eventos simultâneos – que tivessem sido, de facto, o mesmo evento. Quero eu dizer que as pessoas da vossa cultura julgavam ter o homem nascido à sua prórpia imagem. Supunha-se que a agricultura era tão instintiva para o homem quanto a produção de mel é para as abelhas.

(…)

Não é possível abandonar simplesmente uma história. Foi o que os jovens tentaram fazer nos anos 60 e 70. Tentaram deixar de viver como Pegadores, mas não havia qualquer outro modo para eles viverem. Fracassaram por não podermos simplesmente deixar de participar numa história; precisamos de ter outra história na qual entrar. Ismael assentiu com um gesto de cabeça. E, caso uma outra história exista, deveriam as pessoas conhecê-la? Deveriam, sim. Achas que querem conhecê-la? Não sei. Não creio que seja possível querer-se algo antes de se saber da sua existência. Não podia estar mais de acordo.

(…)

A intensificação da produção no sentido de alimentar uma população aumentada leva a um aumento ainda maior da população. Disse-o Peter Farb no seu livro ‘Humankind’ (O Género Humano). Trata-se de um paradoxo, disseste tu? Não, ele é que disse tratar-se de um paradoxo. Porquê? Ismael encolheu os ombros. Ele sabe decerto que na natureza qualquer espécie se expande invariavelmente até ao máximo da expansão da sua quantidade de alimento. Mas, como sabes, a Mãe Cultura ensina que tais leis não se aplicam ao homem.

(…)

Considera a situação seguinte. Imagina que és um dos sem-abrigo deste país. Desempregado, sem profissão, a esposa idem, dois filhos para sustentar. Não tens a quem recorrer, não tens futuro, não tens esperança. Mas eu posso dar-te uma caixa com um botão. Se o apertares, sereis todos transportados instantaneamente até à época pré-revolucionária. Entendereis a língua então falada e sabereis fazer o que todos fazem. Não mais precisarás de te preocupar com o sustento da família. Serás bem sucedido, farás parte da sociedade abastada original. Certo. Então, apertarias o botão? Não sei. Tenho as minhas dúvidas.

(…)

E estás também apto agora a responder à pergunta que te fiz esta manhã: Como é que o homem se tornou homem? O homem tornou-se homem vivendo nas mãos dos deuses. Vivendo como vivem os bosquímanos de África. Certo. Vivendo como vivem os crenacarore do Brasil. Certo outra vez. Mas não vivendo como os moradores de Chicago? Não. Ou de Londres? Não. Sabes então agora o que sucede às pessoas que vivem nas mãos dos deuses. Sim. Elas evoluem.

(…)

Então aqui tens um programa: A história do Génese precisa de ser invertida. Em primeiro lugar, Caim deve parar de matar Abel. Isto é essencial para a sobrevivência da humanidade. Dentre as espécies ameaçadas pela extinção, os Largadores são a mais crucial para o mundo – não apenas por serem humanos, mas por só eles poderem mostrar aos destruidores do mundo que não existe um único modo correcto de viver. Depois, evidentemente, deveis cuspir o fruto da árvore proibida. De uma vez por todas, deveis abdicar da ideia de que sabeis quem deve viver e quem deve morrer neste planeta.”

Era um anúncio de três linhas apenas na secção de classificados do periódico local, mas ele desencadeou uma aventura intelectual e espiritual sem precedentes.

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